INTERSEDES: TODAS AS CAMPEÃS

CAMPEÃS DO INTERSEDES DESDE 1981!

       O Concurso Nacional de Trovas Inter-Sedes foi criado pela Seção de Fortaleza-CE com o objetivo de estimular as Seções e Delegacias da UBT espalhadas por todo o território nacional. A Seção ou Delegacia cujo trovador vencer recebe um troféu e é convidada a realizar o concurso no ano seguinte.

1981 = FORTALEZA – Tema: TORTURA
Foste embora... e a tempestade
se avoluma de tal jeito
que a tortura da saudade
vem gotejar no meu peito
LILA RICCARDI FONTES - São Paulo

1982 = IDADE
Que idade tens? E eu, risonho,
respondo, sem me abalar:
-- Eu tenho a idade que o sonho
permite um sonho sonhar!
ALCY R. SOUTO MAIOR – R. de Janeiro

1983 = VERÃO
É verão...no dia enorme
de ar parado e de mormaço,
parece que a mata dorme
e o sol cochila no espaço.
CÉLIO GRÜNEWALD – Juiz de Fora

1984 = PAZ
Quero a paz das mãos vazias
a ter tido a insensatez
de acreditar que honrarias
valem mais do que a honradez!
OCTÁVIO VENTURELLI – Nova Friburgo

1985 = JUVENTUDE
Mais vibrantes, mais risonhos,
a palpitar de inquietude,
diferem dos outros sonhos
os sonhos da juventude.
WALDIR NEVES – Rio de Janeiro

1986 = RIO
Estrada que imita a vida,
velho rio de água turva,
quanta esperança perdida
vais deixando em cada curva...
IZO GOLDMAN = São Paulo

1987 = PROMESSAS
Ante as promessas sombrias
dos caminhos mal traçados,
crianças de mãos vazias
enchem as mãos de pecados...
EDMAR JAPIASSÚ MAIA – Rio de Janeiro

1988 = REI
Vai o rei para o combate,
cercado de proteção
e, às vezes, o xeque-mate
é dado por um peão.
ALBA CHRISTINA CAMPOS NETTO – São Paulo

1989 = PEDRA
Dói a saudade em meu peito
e eu canto, não silencio...
Quanto mais pedras no leito,
mais alto o canto do rio!
ALOÍSIO ALVES DA COSTA - Fortaleza

1990 = TROFÉU
Sempre só e abandonado,
sou, de modo angustiante,
um troféu empoeirado,
perdido em qualquer estante.
EUGÊNIA MARIA RODRIGUES – Rio Novo-MG

1991 = BEIJO
No guardanapo, ao notar
de seus lábios o desenho,
não me contive em pousar
meus lábios nos que não tenho!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA – Rio de Janeiro

1992 = CORPO
Navego em noite estrelada,
sulcando as ondas, sem vê-las:
Meu corpo está na jangada...
Minha alma está nas estrelas!
ALMIRA GUARACY REBELO – Belo Horizonte

1993 = ESPELHO
Dentro do peito, profundo,
meus sentimentos concentro...
Não há espelho no mundo
que me desnude por dentro!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA – Rio de Janeiro

1994 = LABIRINTO
Fim de amor, sonhos extintos...
Mas a saudade é radar
que atravessa labirintos
e consegue me encontrar!
HÉRON PATRÍCIO – São Paulo

1995 = VIAGEM
Da viagem, dos cansaços,
depois eu falo à vontade;
primeiro deixa em teus braços
que eu mate a minha vontade!
JOSÉ TAVARES DE LIMA – juiz de Fora

1996 = ENCONTRO
Este é o homem: ser aflito,
que ao longo da História, a esmo,
busca encontrar o infinito,
mas não encontra a si mesmo!
ANTONIO DE OLIVEIRA – São Paulo

1997 = TEMPO
Esta insônia que hoje em dia
de minhas noites se apossa,
no nosso tempo eu faria
não ser só minha... ser nossa!
OCTÁVIO VENTURELLI – Nova Friburgo

1998 = PRECE
Queimado, o arbusto parece
ter nos galhos a expressão
de mãos que, postas em prece,
rogaram clemência em vão!!!
ANTONIO DE OLIVEIRA - São Paulo

1999 = MÁSCARA
Num mundo violento onde
morre o peão pelo rei,
quanta injustiça se esconde
sob a máscara da Lei!
ANTONIO JURACI SIQUEIRA – Belém – PA

2000 = MONUMENTO
Vai com seu dono mendigo,
dando-lhe o único alento...
E eu penso – Este cão amigo
bem merece um monumento.
MARINA BRUNA – São Paulo

2001 = FOME
Anjo de Deus, abre as asas!
Há poucas “luzes” acesas:
o crime visita as casas
porque a fome ronda as mesas.
EUGÊNIA MARIA RODRIGUES – Rio Novo

2002 = PREÇO
O que hoje mais me intimida
é ver, na fúria assassina:
que o preço de qualquer vida
é um tiro em qualquer esquina...
JOSÉ MARIA M. DE ARAÚJO – R. de Janeiro

2003 = TÉDIO
No tédio quase infinito
desta saudade sem fim,
o próprio tédio, acredito,
já sente tédio... de mim!
SÉRGIO FERREIRA DA SILVA – São Paulo

2004 = DIREITO
Seria o mundo perfeito,
se os sonhos fossem seus reis,
com o amor tendo direito
de ditar todas as leis!...
RODOLPHO ABBUD – Nova Friburgo

2005 = ORVALHO
Quando falo do meu filho
com elogios sem fim,
sou orvalho dando brilho
às rosas do meu jardim...
IZO GOLDMAN – São Paulo

2006 = MENTIRA
Ah, destino!... assuma as culpas
por sonhos falsos... crendice!...
Você me deve desculpas
pelas mentiras que disse!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA – R. de Janeiro

2007 = FOLHA
As folhas, feito um tapete,
assoalhando o jardim,
são um tímido lembrete
de que a vida tem seu fim!
HÉRON PATRÍCIO – SÃO PAULO

2008 = SEIVA
Mesmo em plena meia-idade,
quando, amoroso, te estreito,
a seiva da mocidade
de novo agita o meu peito!...
JOSÉ TAVARES DE LIMA – JUIZ DE FORA

2009 = RAIZ
Contemplo o céu para vê-las
com um respeito profundo,
pois na raiz das estrelas,
eu vejo o dono do mundo!
RODOLPHO ABBUD - NOVA FRIBURGO

2010 = ESPELHO
Voltei à casa de outrora
e o velho espelho, ao me ver,
mostrando a imagem de agora,
não quis me reconhecer!
MARINA BRUNA - São Paulo

2011 = JURA/S
De mim... tu juras que gostas...
- Mas, tal cinismo realças,
que eu juro - até de mãos postas! -
que as tuas juras são falsas!!!

MARIA MADALENA FERREIRA - Rio de Janeiro

2012 - FAGULHA/S