Lucy Sother de Alencar Rocha - Belo Horizonte

          LUCY SOTHER DE ALENCAR ROCHA era professora,nascida em Belo Horizonte-MG no dia 11 de setembro de 1928, onde sempre residiu. Casou-se com o Juiz Classista Dr José César Rocha. Um dos poucos nomes da Trova de Minas Gerais que alcançaram a condição de Magnífico Trovador,título concedido, em Nova Friburgo, a quem vence por três anos consecutivos torneios trovísticos realizados naquele belíssimo reduto serrano.  Lucy faleceu no dia 31 de outubro de 2006, deixando um grande vazio, principalmente na seção da UBT Belo Horizonte, da qual foi presidente e uma de suas mais dignas representantes. 
          Mais informações sobre a poetisa no link:   
http://www.falandodetrova.com.br/lucysotherIII

1977 – CONFLITO
Este louco às gargalhadas
que alegre assim te parece,
esconde em meio às risadas
os conflitos que padece.
1978 – OCASO
Ocasos... eu posso vê-los
num sino longe a tocar:
no branco dos meus cabelos,
no brilho do teu olhar...
1979 - AUSÊNCIA
Tua ausência vem e conta
o que a presença não diz,
e eu brinco de faz de conta,
fingindo que sou feliz.
(As três trovas acima deram a Lucy, em 1979, o título de "Magnífica Trovadora".

Ah! Coração, vê se aprendes!
Finges orgulho e altivez,
um mês depois.. te arrependes     (Rio Novo 1991)
começas tudo outra vez !

Murmuram de nós que amamos
um ao outro, mas que importa?     (Niterói 1993)
Importa o que murmuramos
nós dois, por detrás da porta...

As jóias, pesando tanto,
são agrados que eu dispenso...                          (Niterói 1998)
Se queres secar meu pranto,
basta a leveza de um lenço.

Porque nos sonhos - é certo
não há muros, nem distância,                      (Barra do Piraí 1992)
quantas vezes eu desperto
nos ontens da minha infância...

Voltou sim! Voltar... voltou.                           (Venc. Elos Clube SP 1992)
Abriu-me os braços... sorriu.
Só que... o “você” que chegou
não é o “você’ que partiu...

A resposta custou tanto,
demorou tanto a chegar,
que a esperança lá num canto
envelheceu de esperar!

As coisas simples, modestas,
encerram saber profundo.
Nasceu, sem plumas e festas,
o Maior Homem do mundo!

Tenta. Retorna ao início...
Recomeça as caminhadas...
que a conquista e o sacrifício
andam sempre de mãos dadas.

Perdi. Não quero consolo.
Mais que "pedra de tropeço",
cada derrota é um tijolo
com que me edifico e cresço.

A vida escreve e ainda assina
mais esta, entre outras verdades:
quem só conhece a neblina
não resiste às tempestades.

A vida é como a semente,
que não se acaba ao morrer;
fenece, mas novamente
maistarde... vai renascer!

Tem a vida os seus segredos:
deu-me trabalhos de um jeito...
Não tive calos nos dedos
mas, quantos, dentro do peito!

Ai! paisagem esmaecida
de um quadro em papel machê.
Ai! sombras de minha vida!
Ai! entre as sombras... você!

Magia – é quando o crepúsculo      (Fonte: "Mensagens Poéticas")
do sol, apaga o braseiro,
e um pirilampo... minúsculo…
acende o seu candeeiro…

Minas, distâncias tamanhas
de vales, cerros, colinas...
das minas sob as montanhas,
velhas montanhas de Minas!