Não só um dos maiores trovadores de todos os tempos, como um dos mais competentes poetas da atualidade, SÉRGIO BERNARDO (nome literário de SÉRGIO CORRÊA MIRANDA FILHO) é unanimidade. Um jovem talento que o Brasil precisaria conhecer melhor, dominando com raro talento todos os gêneros poéticos. Sua "avalanche" de conquistas começou em 1985, aos 18 anos. Nascido no Rio de Janeiro em 30 de outubro de 1966 e radicado na belíssima e poética Nova Friburgo. Torcedor do Flamengo. Autor do livro "Caverna dos Signos".
LÍRICAS/FILOSÓFICAS/AFINS
Luiz Otávio, é tão patente (co-vencedora em Pinda -1997)
o teu trabalho fecundo,
que viraste "remetente"
das trovas de todo mundo!
Nenhum artista teria,
por mais destreza em seu traço, (1º lugar "local" Nova Friburgo - 2007)
o capricho com que o dia
desenha as nuvens no espaço...
Capricho na minha farsa,
voltando tarde das ruas...
Mas meu embuste se esgarça (7º lugar "local" Nova Friburgo - 2007)
a uma lágrima das tuas!...
– Refém do teu pouco caso, (M. Especial em Niterói - 2007)
de alvoradas não entendo...
Meus dias só têm ocaso
sem teu sol me amanhecendo...
Naus sem rumo são meus sonhos (M.Especial lugar em Porto Alegre - 2007)
que, nos mares do destino,
enfrentam tufões medonhos
por tesouros que imagino...
Navego em rota imprevista
sem temer os maus presságios... (co-vencedora em Niterói - 2006)
- Minha esperança, otimista,
não acredita em naufrágios!
Teus braços aos meus regressam, (1º lugar "local" Nova Friburgo - 2006)
mas logo foges de mim...
- Recomeços que começam
e nunca chegam ao fim!
Por não seguir o desejo
que premia os mais ousados, (4º lugar "local" Nova Friburgo - 2006)
recomeços que planejo
findam sempre inacabados.
Ao teu lado pago o preço (8º lugar "local" Nova Friburgo - 2006)
- insistente como eu sou –
de tentar o recomeço
do que nunca começou.
Cava o tempo uma cratera (M. Honrosa em Niterói - 2005)
onde a infância se ocultou,
pois não encontro quem era
no semblante de quem sou...
Nas garras de amor tão louco (M. Especial em Niterói - 2005)
que exige agora o depois,
uma vida é muito pouco,
para o encontro de nós dois!
Cada carta que eu reli,
das que o amor não engaveta, (M. Honrosa em Niterói - 2004)
diz que a renúncia de ti
não foi renúncia completa...
Ante os horrores da guerra (M. Honrosa em Niterói - 2003)
e as nações em tal desnível,
temo ser a paz na Terra
uma conquista impossível.
No amor, que é tudo o que eu quero, (10º lugar "nacional" N. Friburgo - 2003)
a história termina assim:
- Finais felizes que espero
são sempre esperas sem fim...
Pode uma simples proposta (2º lugar "local" Nova Friburgo - 2002)
com seu apelo insistente
mudar, conforme a resposta,
todo o destino da gente.
Meu arquivo de propostas
que hoje consulto, infeliz,
guarda todas as respostas (4º lugar "local" Nova Friburgo - 2002)
às perguntas que não fiz.
Propões, num tom de promessa, (5º lugar "local" Nova Friburgo - 2002)
lindo amanhã entre a gente...
mas meu amor, que tem pressa,
não quer propostas somente.
A quem me evita a presença (5º lugar "local" Nova Friburgo - 2001)
mostro meu rosto a sorrir,
desprezando a indiferença
de quem pensa em me ferir.
De mim, ausência ou presença, (11º lugar "local" Nova Friburgo - 2001)
tanto faz e tanto fez...
e eu prefiro, à indiferença,
que me escorraces de vez!
A indiferença me custa
um preço caro a pagar:
- Não ter, numa troca injusta, (13º lugar "local" Nova Friburgo - 2001)
quem responda ao meu olhar...
Sozinho, ao fim das andanças, (co-vencedora em Niterói - 2001)
desfio nas madrugadas
meu rosário de lembranças
de ousadias não tentadas...
Nos corações onde agora
falta o encanto da alegria,
quem sabe não tenha outrora (M. Honrosa em Niterói - 2001)
também faltado ousadia...
Quando a vida fica turva,
sem o sonho que a consola, (M. Especial em Niterói - 2001)
minha ousadia se curva
a uma lágrima que rola.
"Faça!", mandava a ousadia, (M. Especial em Niterói - 2001)
mas eu temia o revés...
Se ousasse como devia,
teria o mundo a meus pés!
Sem ousar, temendo assombros, (M. Especial em Niterói - 2001)
meus sonhos recolho e guardo...
E agora sinto em meus ombros
o quanto pesa este fardo!
O leito, o sonho, a comida... ("Partilha" - M. Honrosa em Niterói - 2000)
Tudo entre nós partilhei.
Entretanto, a minha vida
foi inteira que eu te dei!
Escondo o ardor da paixão
na timidez aparente:
- mesmo dormindo, um vulcão (M. Honrosa em Niterói - 1999)
guarda lava incandescente.
Já fui tímido... Contudo,
aprendi que estava errado: (M. Especial em Niterói - 1999)
- A timidez é o escudo
de quem se crê desarmado...
Chego a crer que as minhas cartas (6º lugar "local" Nova Friburgo - 1999)
tu devolves, na verdade:
- De saudades seguem fartas
e vêm cheias de saudade...
A nuvem que o céu escreve, (8º lugar "local" Nova Friburgo - 1999)
desfeita no entardecer,
é uma carta clara e breve
que o vento rasga sem ler...
No envelope não mandado,
a carta em que o "sim" reforço (9º lugar "local" Nova Friburgo - 1999)
hoje chega do passado
trazida pelo remorso!...
Por mais longa, vale a pena
a estrada em que tenho andado: (M. Honrosa em Bandeirantes - 1999)
- Qualquer distância é pequena
quando caminho ao teu lado!
Tanta harmonia se vê
entre nós dois, tanta, enfim, (co-vencedor lugar em Porto Alegre - 1997)
que, quando estou sem você,
eu sinto falta de mim!
A rua não sabe quando,
mas lembra, do início ao fim, (co-vencedora em Niterói - 1997)
o quanto a pisei buscando
quem tanto pisava em mim!...
Meu ciúme, em seus tumultos, (M. Especial em Niterói - 1996)
vai pondo o amor para trás,
ante os mistérios ocultos
nas respostas que não dás!
Tuas festas são orgias
mas eu juro, Rei profano: (Menção Especial em Amparo/SP, 1996)
- vale a pena, por três dias,
rezar o resto do ano!
Minha alma, ao vencer seus medos, (1º lugar "local" Nova Friburgo - 1996)
após íntimos tumultos,
vai desvendando os segredos
que até de mim trago ocultos...
Forçando o amor a degredos, (8º lugar "local" Nova Friburgo - 1996)
pela emoção reprimida,
o coração tem segredos
que olhar algum elucida.
Hoje eu choro os vãos enredos
do amor que só teve adeus,
pois, perdido em meus segredos, (9º lugar "local" Nova Friburgo - 1996)
deixei de olhar para os teus.
Descaminhos não conheço, (co-vencedora em Rio Novo/MG - 1996)
traço rumos de improviso...
minha estrada tem começo
no ponto exato onde eu piso!
Deu-me a vida, em ato falho, (Menção Honrosa em Rio Novo/MG - 1996)
mil estradas por trajeto...
e talvez um mero atalho
fosse o caminho correto!
Por seguir falsas pegadas,
hoje, ao léu, meu sonho ruma... (Menção Honrosa em Rio Novo/MG - 1996)
Cansou de andar por estradas
que não dão em parte alguma!
Ao velho ator fracassado (co-vencedor lugar em Porto Alegre - 1995)
resta o cenário sombrio
de um projetor apagado
junto ao cinema vazio...
Sempre opostos,nem de leve
nossos sonhos se aproximam... (1º lugar "local" Nova Friburgo - 1995)
Na trova que a vida escreve
somos versos que não rimam.
Com surpresas e malícias, (M. Honrosa em Niterói - 1995 - "domínio")
no leito somos rivais
disputando, entre carícias,
qual dos dois domina mais!
Por mais que os mitos se esgotem, (M. Especial em Niterói - 1994)
mudando crenças e fés,
haverá erguido um totem
e um homem, curvo, a seus pés.
Na beleza que seduz,
o sol é agulha dourada, (1º lugar em Petrópolis - 1993)
bordando fios de luz
na mantilha da alvorada!
Nossas vidas, mesmo juntas,
pamilham rotas opostas:
- Meus lábios gritam perguntas (M. Honrosa em Niterói - 1993)
e os teus segredam respostas !
Pede ajuda o olhar aflito
da criança ao crime exposta (M. Honrosa em Niterói - 1993)
- Mas até quando esse grito
vai ficar sem ter resposta?
Nem mesmo o tempo supera (M. Especial em Niterói - 1993)
minha calma, se demoras ,
porque o silêncio da espera
sufoca o grito das horas !
Se ao ver minha alma agredida , (M. Especial em Niterói - 1993)
solto a voz, num brado aflito ,
sinto à boca a mão da vida
tentando abafar meu grito!
Quem olhasse o bóia-fria
junto ao bruxo de retalho, (co-vencedora em Niterói - 1990)
na distância, não diria
qual dos dois era o espantalho!
com galopes pelo espaço, (4º lugar em Porto Alegre - 1993)
o dia é peão que ensaia
prender o sol no seu laço.
Contigo o leito reparto...
E, no amor que nos conforta, (1º lugar "local" Nova Friburgo - 1993)
o carinho invade o quarto
quando a gente fecha a porta!...
Na distância, ao acenar-te,
vi faltarem teus acenos...
Dói mais o adeus se quem parte (3º lugar "nacional" Nova Friburgo - 1991)
vê, no espaço, um lenço a menos!
Ao sentir que a noite nasce, (2º lugar em Cachoeiras de Macacu - 1990)
fecho as cortinas, ligeiro,
pra que o luar não te abrace
sem que eu te abrace primeiro!
Sou lavrador de quimeras...
Nas despedidas forçadas,
em meu peito planto esperas (3º lugar "local" em Friburgo - 1989)
sem colheita de chegadas !
sentado à espera de um par,
assiste ao baile, tristonho,
por não ter com quem dançar.
Mas no leito, junto a mim,
te viras para o outro lado
e a espera nunca tem fim ! ...
o tempo, espalhando a tinta, (co-vencedor em São Jerônimo da Serra - 1989)
cria a imagem de um abismo
em cada ruga que pinta!...
sem pergunta... sem proposta... (1º lugar "local" em Friburgo - 1988)
- Meu sonho já está cansado
de ouvir 'não" como resposta!
se te adoro, e eu digo sim,
crê, amor, mesmo sonhando,
no que o sonho diz por mim!
quis o céu e, em gesto aflito,
prendeu-se à pipa que o vento
despedaçou no infinito!...
quando a insônia não aceito,
apanho os sonhos a laço
e arrasto o sono a meu leito!...
mas quando durmo, a teu lado, (21º lugar "local" em Friburgo - 1988)
sonho ter o que ela nega
sempre que sonho acordado!!!
acordo... e, insone, bendigo
poder sonhar acordado
um sonho inteiro contigo!...
no meu sonho... mas, quem vê,
seu eu ponho este anúncio aflito (25º lugar "local" em Friburgo - 1988)
num jornal que ninguém lê?!
E depois, num devaneio,
vejo chegar a saudade,
trazendo alguém que não veio!...
lembrando o amor de nós dois,
hoje eu sinto que só vivo
porque espero esse depois!
E hoje é que voltas, por fim...
Não pensei que o teu "depois"
fosse tão depois assim...
que a própria vida desfez,
insiste... volta ao passado
e sonha tudo outra vez!...
após a espera frustrada,
que o depois promete tudo
mas não cumpre quase nada!
eu luto com tanto empenho,
que é quando a força me falta
que eu meço a força que tenho!
não me falta um bom amigo
que, se não seca o meu pranto, (3º lugar "local" em Friburgo - 1986)
ao menos, chora comigo!...
E, hoje, a mágoa que me assalta (5º lugar "local" em Friburgo - 1986)
é sentir falta de amor
quando mais nada me falta!...
pois só agora, infeliz,
eu sinto falta de tudo
que pude ter... e não quis!...
se os meus dias são banais,
não é porque faltam sonhos,
mas porque há mágoas demais!...
A glória não mais me acena... (16º lugar "local" em Friburgo - 1986)
Mas, por amor à ribalta,
eu sou artista que encena,
mesmo se o público falta!...
Na vida, instável cassino,
as vitórias serão fartas,
se, no jogo do destino,
nosso sonho der as cartas!
Pressionando frente à lei
da indecisão que desgosta,
quantas vezes já neguei,
usando o sim por resposta!...
Um facão de duplo gume
corta o amor pela metade:
- perto, a trava do ciúme;
longe, o travo da saudade...
"Teu adeus não me comove!"
Frase falsa que decoro.
...Mas, graças a Deus que chove,
e ela nem nota que eu choro.
Comungo o pesar alheio
porque há muito tenho em mente
que uma cruz partida ao meio
são dois madeiros somente.
Das escuras madrugadas
que nos negam dias novos,
hão de surgir alvoradas
quando a paz unir os povos.
Entardece...e a dor dos sós
entra em meu quarto sombrio.
Ontem...tão cheio de nós...
E hoje...de ti, tão vazio!
Minha alma é nau que se solta,
e eu, sem comando de mim,
ouço os gritos de revolta
dos meus sonhos em motim !
Na igualdade que persigo,
só é plena a minha glória
se mais gente erguer comigo
o troféu de uma vitória!
Quem traz no peito, escondido,
um remorso a soluçar,
vê que o silêncio é o ruído
mais duro de suportar.
Delírio próprio de um louco,
a que o amor me tem exposto:
- Olhei-me no espelho há pouco
e em vez do meu... vi teu rosto!
Ninguém me aponte o caminho
sem ir junto na jornada...
Se eu devo seguir sozinho,
prefiro escolher a estrada.
Cava o tempo uma cratera
onde a infância se ocultou,
pois não encontro quem era
no semblante de quem sou...
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Celular eu não tolero
desde um pré-pago que eu tinha, (1º lugar "local" Nova Friburgo - 2007)
que tocou “Mamãe eu quero...”
no velório da vizinha!
No armário, um vulto furtivo...
Soa um toque... chega o esposo... (3º lugar "local" Nova Friburgo - 2007)
E, morto, ele culpa o “Vivo”
que não pôs no silencioso!
Pra falar sozinho, a esmo, (13º lugar "local" Nova Friburgo - 2007)
o louco quis inovar,
telefonando a si mesmo
do orelhão pro celular!...
“Visita chata? Nem morta!!!” (2º lugar "local" Nova Friburgo - 2006)
E, supondo a despachar,
grita a lusa, atrás da porta:
“Não’stou! E vou demorar!!!”
Chegam antes do café...
E a comadre, num sussurro:
- Visita que vem a pé
quase sempre “amarra o burro”! (3º lugar "local" Nova Friburgo - 2006)
Visto que o bando até goste
do espantalho em campo aberto, (1º lugar "local" Nova Friburgo - 2005)
prendi a sogra num poste
e as gralhas nem chegam perto!
Fingindo o galo ir à rinha,
o susto lhe segue o instinto,
pois pega em flagra a galinha (8º lugar "local" Nova Friburgo - 2005)
sobre dois ovos e um pinto...
A uma pensão de ar "suspeito" (2º lugar "local" Nova Friburgo - 2002)
a jovem viúva tem ido
complementar do seu jeito
a pensão do falecido.
Bastou somente um "mau ato" (9º lugar "local" Nova Friburgo - 2002)
para a estudante Raimunda
decair de um pensionato
a uma pensão de segunda.
- Quero ficar um bebê...
Doutor, quais rugas removo? (2º lugar "local" Nova Friburgo - 2001)
- O remédio pra você
seria nascer de novo!!!
Quis remédio contra insônia, (6º lugar "local" Nova Friburgo - 2001)
mas, sem óculos, não viu
que abria o vidro de amônia...
Aí, sim, que não dormiu!!!
Ao sentir-se muito mal, (12º lugar "local" Nova Friburgo - 2001)
tomou remédio o Tiziu,
pra levantar seu astral!...
Porém... nem isso subiu!
Baiano, ele odeia pressa,
E avisa, ao se machucar:
- Se tiver de pôr "compressa", (1º lugar "local" Nova Friburgo - 1999)
que seja bem devagar!!!
- "É meu pai ! desapareça!!! (10º lugar "local" Nova Friburgo - 1999)
E o cabra, na correria,
pôs as calças na cabeça
e a meia onde nem cabia!
Vovó se afoga ... e, no cais, (1º lugar "local" Nova Friburgo - 1996)
com vovô tentando a cura,
o boca a boca foi mais
dentadura a dentadura.
Com a perereca no colo, (6º lugar "local" Nova Friburgo - 1996)
berra tanto o velho jeca,
que da boca para o solo
pula a "outra" perereca!
Vovó fez rir a torcida,
e a gincana quase "fura":
- Quando a maçã foi mordida, (7º lugar "local" Nova Friburgo - 1996)
levou junto a dentadura!
-"Subiu na vida o Fernando"
- "Ficou rico?" - indaga o Lima. (1º lugar "local" Nova Friburgo - 1992)
- "Não, senhor Está morando
seis barracos, morro acima !!!".
Grita a roceira, ao olhar
seu filhinho na balança :
- " Doutor, só vim consultar... (1º lugar "local" Nova Friburgo - 1991)
Não vim vender a criança!"
- Seu filho pôs brinco, Elisa
- Que é que tem ? É moda usar! (5º lugar "local" Nova Friburgo - 1991)
- Não tem nada... Mas precisa
pulseira, anel e colar ?
Chega gritando o anãozinho (1º lugar "local" em Friburgo - 1989)
no velório do Jacó...
Pede alguém: "Fala baixinho"!
E ele diz: "Baixinho é a vó !!! "
por dirigir velozmente,
exclama a moça, espantada
- Meu Deus, que guarda imprudente. (3º lugar "local" em Friburgo - 1989)
sem beijos e sem carinhos (4º lugar "local" em Friburgo - 1989)
suspeita que o canguru
anda dando seus "pulinhos".
do antropófago malogra,
quando o noivo tem o intento (5º lugar "local" em Friburgo - 1989)
de comer "olho de sogra" !
sua cadela, de esguelha,
meu cão pulguento ficou
"com a pulga atrás da orelha"!
ganhou dólar... muitas notas... (7º lugar "local" em Friburgo - 1988)
e eu torço, por ser herdeiro,
pra que o velho "bata as botas"!
Zé, com cara de tragédia, (9º lugar "local" em Friburgo - 1988)
tirando a média de idade,
foi parar na Idade Média!
da esposa o rosto emplastado, (14º lugar "local" em Friburgo - 1988)
teve impressão o Botelho
de que entrou no inferno errado!
- Pra mim é, pois dá dinheiro... (2º lugar "local" em Friburgo - 1987)
- Ah, o amigo é economista?
- Não, senhor... sou pipoqueiro!
- Em você!, diz, sem engodos...
E explica: - Dos idiotas,
prefiro o maior de todos...
que no batuque era um bamba, (4º lugar "local" em Friburgo - 1987)
em vez de por: "Aqui jaz"...
alguém gravou: "Aqui samba"...
seu rosto, um verme diz, sério:
- Quando esse "troço" morrer,
eu fujo do cemitério!...
entrou no armário, apressado,
e quase morreu de susto
quando alguém disse: - Ocupado! (12º lugar "local" em Friburgo - 1986)
por mais plásticas que faça, (8º lugar "local" em Friburgo - 1985)
pode ficar uma "uva"
que tem o gosto de "passa".
a sogra foi sentinela.
E hoje, enfim, no seu velório,
sou eu quem "segura a vela"!...
Ao meter no basculante
seus cem quilos de ousadia, (M. Especial em Porto Alegre - 1993)
que sufoco o do assaltante:
- não entrava... nem saía!
O broto não liga ao toque
do esposo velho e cansado... (4º lugar em Porto Alegre - 1985)
Quem pode levar um choque
de um circuito desligado?
E o freguês, desconfiado:
- Acho que o “boi” desse espeto
já “miou” no meu telhado!!!
Sem grana e recém-casados,
só comem churrasco em casa... (M. Honrosa UBT Rio de Janeiro - 2000)
Passam horas ocupados,
botando o espeto na brasa!!!
Na jangada envelhecida,
o velhinho bem que tenta (co-vencedora em Porto Alegre - 2007)
conservar a vela erguida,
mas o mastro não agüenta!...
No portão, seu “Love” a agarra... (M. Especial em Porto Alegre - 2005)
E a mãe a põe na berlinda:
- Tão cedinho e já na farra?
Diz ela: - Já, não... Ainda!!!
com mãos lascivas demais,
que hoje ela é um banco de dados (co-vencedora em Porto Alegre - 2001)
só de impressões digitais!
Sobre as nozes, a cachopa (co-vencedora em Bandeirantes - 2003)
jogou a mosca picada...
E então pôs tudo na sopa
que pedia ‘noz moscada”!
A lua de mel... “melou”... (co-vencedora em Bandeirantes - 2002)
E a pobre noiva, frustrada,
chora os rojões que estourou:
tanto barulho... por nada!
Se um bom convívio não logra, (M. Honrosa em Bandeirantes - 2001)
resolve a encrenca no “tranco”:
faz o barraco da sogra
bem debaixo do barranco!
Na porteira passa o dia
e a quem passa ele se queixa: (co-vencedora em Bandeirantes/PR - 1993)
-"Eu, por mim, trabalharia...
a preguiça é que não deixa!
O elevador não fechava; (M. Especial em Bandeirantes/PR - 1993)
e, irritada, uma roceira
quis saber onde ficava
a "tramela" da "porteira"!!!
Tem um cacoete vulgar
indo à reza, tal senhora:
na pressa de comungar,
já vai com a língua de fora!
Se entre os monstros, algum dia, (M. Especial em Curitiba - 2006)
fosse eleito um presidente,
o fantasma venceria,
pois só ele é "transparente"!
A Rainha, em sua ira,
quer presa a velha condessa,
porque, à noite, o Rei não tira
a "coroa" da cabeça!