Isto é Cultura XIV - Thalma Tavares

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ISTO É CULTURA!
(XIV)
Por  Thalma  Tavares

 
 

                                                         QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA & CURIOSIDADES
 
 
                                                                         "Com crase ou sem crase?"

 

     É a pergunta que muitas pessoas fazem quando não têm a certeza da ocorrência da crase nos textos que escrevem. Outras perguntam ainda:  "será que o a aqui é craseado?"
     É necessário e oportuno lembrar que a crase é uma ocorrência e não um acento.  O acento é apenas o indicativo da ocorrência de crase.
 
     Crase (vem grego krâsis e quer dizer: mistura, fusão) é o nome que se dá à contração da preposição a com o artigo a.  Exemplos: 
 
     Prefeito e vereadores foram à reunião convocada pelo governador.
     Meu primo foi à Bahia consultar os orixás.
 
     Antigamente estas frases eram escritas assim: Prefeito e vereadores foram aa reunião etc.- Meu primo foi aa Bahia.  Em 1943, a partir das novas "Instruções para a Organização do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa" aprovadas pela Academia Brasileira de Letras e posteriormente sancionadas pelo Governo Federal,  aboliu-se definitivamente um dos dois aa,  admitindo-se a fusão de ambos, indicada pelo acento grave, conforme se vê acima, nos dois primeiros exemplos. À esta fusão (ou contração) deu-se o nome de  Crase.      O acento, no entanto, não se chama crase. Crase, repetimos, é a ocorrência da fusão da preposição a com o artigo a.
 
   O verbo crasear é uma ilusão. A crase é um fenômeno, não depende de nossa vontade. Ela simplesmente ocorre e sua ocorrência é indicada pelo acento grave que muitas vezes é empregado sem que ela tenha acontecido.  Portanto a pergunta correta deve ser: "Será que o a aqui é acentuado?"  Ou então, sabendo-se que a ocorrência de crase é indicada pelo acento, pergunta-se:  "Com acento ou sem acento?"
 
   Alguns dicionários como o Aurélio, por exemplo, registram também a palavra crase como "designação vulgar do acento indicativo de casos de crase". Vejam, no entanto que tomam o cuidado de acrescentar a palavra vulgar,  sugerindo que esta é uma definição espúria não referendada pela norma culta do nosso idioma.
 
  A crase é também um fenômeno comum na fala. Ocorre em grupos de palavras ou dentro de uma palavra. Exemplos:
 
  Em grupos de palavras:
 Donana em vez de  Dona Ana, -  minhalma  em vez de minha alma -  O a final de Dona e de minha fundiu-se por uma crase com o a inicial de Ana e de alma.
 
 Dentro de palavra:
Catinga em vez de  Caatinga
     A crase é um assunto infelizmente ainda incompreendido e pouco estudado por nossos escolares.  É de fato o "calcanhar de Aquiles" de muita gente graúda.  É matéria "tinhosa" como dizem os caboclos. E ninguém consegue usar corretamente o acento da crase sem saber de forma absoluta como, por que  e quando ela ocorre.  À guisa de sugestão, indicamos o livro "Ortografia, Pontuação, Crase" do professor  Adriano da Gama Kury,  editado pela FAE (Fundação de Assistência ao Estudante) Rio de Janeiro. É um livro de texto simples, de fácil assimilação, que tem prestado inestimável ajuda a todos os que não conseguem absorver de forma ideal matérias como ortografia, pontuação e principalmente crase.

 

                                                     CURIOSIDADE:
 
                            Afinal, quando nasceu Jesus?  Por que 25 de dezembro?
 

     É uma pergunta polêmica, uma incógnita. Ninguém até hoje, foi capaz de determinar, com precisão a data de nascimento de Jesus Cristo.  Na verdade, para nós, cristãos, que o temos como guia espiritual da humanidade, não faz diferença se ele é do signo de peixes ou de  capricórnio. Importa sabermos que ele realmente existiu e que  nos deixou, na beleza e na santidade de seus ensinamentos, uma herança de amor e luz que bem empregada, pode nos fazer transpor a eternidade e contemplar a face excelsa de nosso Criador.
No entanto a curiosidade é sempre maior que a conformação.  Foi por causa dela que certa vez abordamos o padre Agenor Cardim, da Paróquia de Vila Formosa, e ele nos deu a seguinte explicação:
 
     Antes de Roma ser cristã, os pagãos comemoravam o dia 25 de dezembro como "O Dia do Nascimento do Sol Imorredouro"  (Em Latim: Dies Natalis Solis Invictus)  Dia 25 de dezembro na Europa é dia em que o Sol entra em seu maior declínio austral, propiciando o fenômeno do Solstício de Inverno, data em que os pagãos acreditavam ter nascido o Sol. Por isso neste dia promoviam as chamadas festas pagãs, como oferendas ao nascimento do "Astro Rei". Posteriormente, a Igreja, não conhecendo a verdadeira data do nascimento do Cristo, passou a comemorá-la no dia 25 de dezembro, transformando assim, uma festa pagã numa efeméride cristã; associando a imortalidade do Sol com a divindade de Jesus.
 
                             Acreditem e tomem nota, porque isto é cultura!