Isto é Cultura (I)

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ISTO É CULTURA!  ( I )
por Thalma Tavares

 
QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA & CURIOSIDADES
 
ONDE  ou  AONDE?
            Com freqüência empregamos mal estes dois advérbios. Dizemos e escrevemos onde no lugar de aonde e vice-versa.
            Onde indica sempre o lugar em que alguém ou alguma coisa está ou esteve. Emprega-se com qualquer verbo, menos com os que indicam movimento, também chamados dinâmicos. Exemplos:
            Onde você está, meu bem?    
Eu permaneci ali onde vocês me viram.
            Onde ela está, está a encrenca.
 Ninguém sabe onde estão os livros.
           
            Onde sugere sempre a idéia de estática, de coisa parada, de lugar.
 
            Aonde é a junção da preposição a com o advérbio onde que, unidos assim, empregam-se com verbos dinâmicos, que indicam movimento. Exemplos:
            Aonde vocês vão?  (quem vai, vai a algum lugar). -  Eu não sei aonde você quer chegar.  (quem chega, chega a algum lugar) -  Ela não foi mais aonde costumava ir durante as férias. (quem ia, ia a algum lugar)
           
            Nota importante: com os verbos buscar e entrar, embora indiquem movimento,não se usa aonde,  usa-se apenas o advérbio onde. Exemplos:
            Ela foi buscar o livro exatamente onde ele estava. -  Eram tantas as portas que eu não sabia por onde entrar.
           
            Como os leitores viram, não é difícil usar corretamente estes dois advérbios tão importantes em nossa comunicação falada e escrita. É só ficar atento.
 

REDUNDÂNCIAS

            "Breve alocução" – Estamos "carecas" de ler e ouvir coisas como esta: "Não farei um discurso, apenas uma breve alocução".  Só os oradores desatentos, por isso maus oradores, usam esta expressão. Se tivessem um pouco mais de curiosidade e amor pelo idioma saberiam que a palavra alocução sozinha, já significa discurso breve.  Assim quem diz breve alocução,  está dizendo breve discurso breve e cometendo desnecessária redundância.
 
CURIOSIDADE - Você sabe quem foi o inventor do relógio de pulso?  Se já sabe, parabéns! Se ainda não sabe, fique sabendo agora que foi o nosso Santos Dumont, o inventor do dirigível, chamado o Pai da Aviação; nascido em Minas e criado em Ribeirão Preto. Foi ele quem, construindo seus aeroplanos, e necessitando a todo momento saber as horas, sentiu dificuldade em manusear o relógio de bolso por estar com as mãos sujas e sempre ocupadas. Para vencer esta dificuldade, sugeriu a um relojoeiro de confiança que adaptasse àquele seu relógio suportes laterais por onde passou pequena correia em forma de pulseira que prendeu ao pulso. Estava então inventado o relógio de pulso.
           
            Acreditem e tomem nota, porque isto é cultura!