- Log in to post comments
(Esta matéria será encontrada no site www.falandodetrova.com.br, na seção "Colunas")
COMENTANDO A TROVA II (Por Renato Alves) |
||
24. Às vezes, a repetição (reiteração) pode valorizar muito uma trova. Veja como o uso deste recurso foi fundamental para a ideia central e o efeito humorístico das trovas abaixo:
Nunca vi almas! – diz rindo. Ao por-lhe a esmola no prato
E o cara na sua frente, pergunta ao surdo, baixinho:
Foi sumindo, foi sumindo, – És mesmo surdo de fato?
Transparente, transparente... E ele:”Surdinho, surdinho!”
(Vasques Filho) (José Maria M. de Araújo)
|
||
|
||
25. Na mesma linha camoniana do “fogo que arde e não se vê / ferida que dói e não se sente”, eis, na trova ao lado, uma bela aplicação da “antítese”, figura de linguagem tão adequada para definir a natureza contraditória do amor.
|
O amor é sorriso... ou pranto.
O amor é nuvem... ou sol.
O amor é lágrima... ou canto.
O amor é treva... ou farol.
Maria Thereza Cavalheiro
|
|
|
||
26. Além do escorreito português dos verbos em 2ª pessoa do plural (rireis, saberdes, pousais), esta trova apresenta um interessante emprego da palavra “verde” com carga semântica dupla: verde = cor e verde = jovem, em oposição aos maduros olhos do poeta.
|
Rireis talvez ao saberdes
como eu me sinto em apuros
se pousais os olhos verdes
nos meus olhos já maduros!
José Fabiano
|
|
|
||
27. Na literatura, o efêmero, o passageiro, o transitório sempre esteve representado pela metáfora do “nome escrito na areia” que o mar vem e logo apaga. Veja que belo aproveitamento desta imagem na trova ao lado.
|
Malgrado a graça suprema
que o nosso olhar incendeia, a juventude é poema que a vida escreve na areia.
Élen de Novaes Félix
|
|
|
||
|
Que pena que as minhas penas
não te causem pena alguma, e, sem pena, eu seja apenas, entre as penas... só mais uma!
Izo Goldman
|
|
|