XIV Concurso de Trovas de Belém - 2003

XIV CONCURSO DE TROVAS DE BELÉM – 2003

ÂMBITO NACIONAL = TEMA: “PRAÇA”

TROVAS VENCEDORAS (por ordem alfabética)

A infância perdeu a graça
e um pouco do encantamento:
meu filho brinca, sem graça,
num play-ground de apartamento!
ARLINDO TADEU HAGEN – Juiz de Fora

Se todos fossem honestos,
ninguém veria, na praça,
mendigos comendo restos
do pão que a miséria amassa!
CLARINDO BATISTA DE ARAÚJO – Natal

Nós, juntos, envelhecemos...
Há rugas na minha tez!
Velha praça, hoje o que temos
são marcas que o tempo fez...
SÉRGIO MAURO – Nova Friburgo

MENÇÕES HONROSAS

Antes recanto de ninhos,
volto à praça e não os vejo...
Penso até que aos passarinhos
deram ordem de despejo!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA – RJ

Atravesso a praça e estanco
ao ver a saudade atroz,
sentada no mesmo banco
que era ocupado por nós...
ÉLBEA PRISCILA DE S. E SILVA – Caçapava

Sempre que a praça atravesso,
curvado ao peso da idade,
por onde passo eu tropeço
num canteiro de saudade...
ERCY Mª MARQUES DE FARIA – Bauru

Palco de risos e dores,
a praça, num tempo breve,
coloca em cena os atores
dos dramas que a vida escreve.
SÉRGIO BERNARDO – Nova Friburgo

Hoje eu volto à antiga praça
e a saudade tem tal ânsia
que, em cada estranho que passa,
procuro o amigo da infância!
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA - SP

MENÇÕES ESPECIAIS

Esperamos que alguém faça
com que também brilhe o sol
para os que dormem na praça
tendo jornal por lençol!...
CLARINDO BATISTA DE ARAÚJO

Mudaste tanto, cidade,
que eu só te reconheci,
ouvindo a voz da saudade
jurar que a praça era aqui!...
DARLY O. BARROS – SP

Ao rever a praça e o enredo
de minha infância singela,
fechei os olhos por medo
de não me ver dentro dela...
PAULO VIEIRA – Ananindeua

Ao ver a praça... o coreto...
lembro você ao meu lado,
e o meu mundo branco e preto
ganha as cores do passado!
RENATA PACCOLA – SP

Vejo em frente, ali na praça,
só lixo, trapos e panos;
e, para minha desgraça,
no meio – seres humanos!
SELMA PATTI SPINELLI – SP

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ÂMBITO NACIONAL – TEMA: “CORETO” (humorísticas)

TROVAS VENCEDORAS (em ordem alfabética)

No coreto, ela, saliente,
pede ao maestro um dobrado;
e alguém diz, maldosamente:
- Não serve o meu, esticado?
ALMERINDA LIPORAGE – RJ

No coreto o leiloeiro
perguntou: “Quem dava mais?”
Grita alguém muito faceiro:
- Viche, isso tá bom demais!
SÉRGIO MAURO

No coreto, a deputada,
com suas promessas falsas,
fez o povo dar risada
ao prometer dar 100 calças.
WALTER LEME - Pindamonhangaba

MENÇÕES HONROSAS

Do coreto “ela” saiu
sob apupos e sem jeito
pois a peruca caiu
e a “cantora”... era o prefeito!
ANGÉLICA VILLELA SANTOS – Taubaté

No coreto houve um salseiro,
quando, na banda, uns gaiatos
apelidaram ... “copeiro”
o instrumentista dos pratos!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA

Em torno ao coreto, a gente
de língua nada impoluta
diz que, do velho regente,
apenas sobe a batuta...
NEWTON VIEIRA – Curvelo / MG

No coreto, o Senador
diz: “Eu não poupo dinheiro;
vou erguer ao fundador
um busto de corpo inteiro!”
PEDRO ORNELLAS – SP

Faltou “força” há nove meses
nos coretos da cidade
mas, hoje, a “luz” várias vezes
brilhou na maternidade!
WALTER LEME

MENÇÕES ESPECIAIS

No coreto do jardim,
dois seios, dando pinote,
acenavam para mim
da janela do decote!...
CLARINDO BATISTA – Natal

No coreto, o som se anima,
mas, com a tuba não me encaixo:
quando sopro um “dó” por cima,
sai, sem dó, um “ré” por baixo!...
JAIME PINA DA SILVEIRA – SP

“Toque dobrado!” – Ante o grito,
o maestro português
voltou ao coreto, aflito,
e tocou tudo outra vez!... JOSÉ OUVERNEY – Jambeiro

No coreto, atrapalhado,
o maestro me dá dó:
prometeu tocar dobrado
mas tocou uma vez só...
MARINA BRUNA – SP

Viúva, a sogra, de preto,
por jejuar, desmaiara
quando vira, no coreto,
um bom trombone de vara.
MAURÍCIO CAVALHEIRO - Pindamonhangaba